I-LUSA,
uma vez mais
cerca das cinco menos um quarto
hora local
uma hora menos
na minha terra
duas horas menos
nas ilhas
muitas menos
cruzados os mares
das cruzadas
muitas mais rodando
pela rota
da pimenta,
uma vez mais
às cinco menos qualquer coisa
os dois, finalmente,
no mesmo uso horario
cada um
cada coisa
a seu tempo
deixo a cabeça
sobre o braço esquerdo,
aqueço-me no direito
a um café de espera,
lanço-me ao hábito
amigável
de me ocupar de inutilidades
ordenando palavras
exigindo, cruel,
que se mostrem
que revelem
me revelem
me sequestrem
no seu sentido mudo
que saibam dar-me
un pouco mais
que um corpo
latido
morte de cada instante
que,
pássaro,
busque
a explicação da pedra
perda
a explicação da busca
uma vez mais
amando-te agora
às cinco horas certas
uma hora menos
no colo da minha mãe,
duas horas menos
nos nenúfares
de rocha floridos,
muitas menos
cruzando
nossos mares
cruzados
muitas mais
a oriente,
uma vez mais
sem surpresa
que não seja
a de respirar
contra a vontade
entrego-me
sem atenção excessiva,
cansando-me até,
desistindo longos momentos
entre cada verso,
à oscultação
do pulso,
minha comprovação horizontal,
escrevo:
Limbo
áureo
bruma
enfermo
sorriso
sonora
semea
peneira
fúnebre
escrevo, uma vez mais
de boca fechada
dentro a lingua
esculpiendo
contra los dientes
el silencio:
contienda
miseria
socorro
rumia
revienta
justicia
visita
partida
luciente
y de todas las posibles
pregunto la razón
de estas
porque no
otras
millares de otras
como
comedia
vaso
ventana
festivo
otros idiomas
chemin
tendress
love
finally
una vez más
en la tristeza
infinita
del denso nada del mundo
cerca de las cinco y diez
hora total
una hora menos
en la casa vilmente
ardiente de la infancia
dos horas menos
en los dibujos
volcánicos de aves negras
muchas horas menos
al sol poniente
y todas las demás
en el claro día venidero
descanso de mi
sin demasiado rigor
amándote ahora
a tiempo
ansiando por eso
el regreso de los siglos
donde vivo
eternamente
desnacida. Marta Bernardes
]], artista e docente na Faculdade de Belas Artes do Porto conhece bem a cidade e os seus cafés. Ela gosta de poesia e sobe regularmente a palco, ora como poeta ora como performer para integrar o variadíssimo e rico elenco das “Quintas de Leitura” , no Teatro do Campo Alegre, que abre as suas portas todas as últimas quintas feiras de cada mês. Ela organiza encontros poéticos e residências artísticas que ela chama “Regime de Meia Pensão” onde poetas, escritores, designers de moda e artistas plásticos ficam em residência numa mesa de café. Ela é a nossa guia para visitar os cafés mais emblemáticos da cidade.
O Candelabro
O Candelabro é um café-livraria. As estantes estão a ser preenchidas com livros, principalmente sobre cinema e fotografia, alguns para consulta outros para venda. Compram livros usados, especialmente sobre fotografia, cinema, teatro, artes plásticas. Também procuram fotografias e postais, novos e antigos.
Rua da Conceição, 3
2ª a Sábado das 10h às 2h
www.cafecandelabro.blogspot.pt
Confeitaria do Bolhão
Aberto desde 1896, mesmo em frente à entrada sul do Mercado do Bolhão. A Confeitaria do Bolhão vem diretamente da Belle-Époque e é uma padaria, uma pastelaria, um snack-bar e um restaurante. Ali comem-se torradas, bebem-se ótimos sumos naturais e pode almoçar-se a preços económicos. Além do mais, a quantidade e diversidade de doçaria, charcutaria e pães nas vitrines logo à entrada são de encher o olho!
Rua Formosa, 339
Café Ceuta [[]]
Café típico dos anos 50 em termos de iluminação e ambiente. Há uma sala de bilhar em baixo que dá vontade fazer um filme! A tipografia exterior é belíssima.
Rua Ceuta, 20/6
T: 222 009 376
Café Âncora D’Ouro – Piolho
Ponto de encontro mítico para estudantes de todos os horizontes da cidade, locais, Erasmus e estrangeiros de toda a ordem. As mesas compridas são conviviais, os finos são ótimos, já para não falar dos petiscos como os rissóis de camarão e de carne.
Praça de Parada Leitão, 45
T: 22 2003749
Café Vitória
Ótima atmosfera neste café-restaurante: a luz é incrível durante o dia no pequeno jardim, ou à noite num ambiente lusco-fusco. Lugar ideal para ir relaxar, beber um copo, almoçar ou jantar.
Rua José Falcão,156
T: 220135538
Pinguim Café
Um mito na noite da Invicta, o Pinguim é café, bar e discoteca em 3 pisos, pioneiro nos encontros de poesia na cidade. Funciona também como galeria, tendo sempre exposições temporárias de novos criadores.
Rua de Belomonte, 67
T: 223326062
Café Magestic
“Encontrei-te então na baixa sem nada que o justifique/ Ali ficamos toda a tarde nos sofás do Majestic” é a homenagem de Pedro Abrunhosa, cantor e músico portuense a um dos mais belos e representativos exemplares de Arte Nova na cidade do Porto. Numa atmosfera de luxo, o Majestic foi classificado de Imóvel de Interesse Público, em 1983. É animado com recitais de poesia, concertos de piano, exposições de pintura e lançamentos de livros. É décor de muitos filmes portugueses e estrangeiros.
Rua de Santa Catarina
T: 222 003 887
Bombarda
Rota Do Chá
Rota do Chá oferece um ambiente zen, com influências orientais. A música é relaxante e todo o ambiente dentro e fora de portas convida à contemplação. Poderá escolher entre o jardim ou um confortável sofá.
Rua Miguel Bombarda, 457
Edifício Artes em Partes
T: 220136726
Quintal
Café e lojinha de produtos biológicos com um pequeno jardim. O lugar é ideal para beber um bom sumo natural de frutas ou legumes, em regime detox depois de uma noite de festa. Experimenta o Detox Verde à base de alho e espinafres.
Rua do Rosário,177
T: 222010008
Gato Vadio
Livraria independente e café-bar. Organizam discussões, projeções de filmes e apresentações de livros. Espaço muito comprometido com a reflexão sócio-política e artística da cidade e da contemporaneidade.
3ª-Dom. 15h-19:30/21h-24h
Rua do Rosário, 281
T: 222026016
www.gatovadiolivraria.blogspot.pt
Café Java
Fundado em 1907 por Manuel Real, este histórico e emblemático café só dispõe de registos oficiais com datas de 1914. É famoso pelos seus Pregos-no-pão e por uma vista priveligiada da fachada imponente do Teatro Nacional S. João.
Todos os dias das 6h às 24h
Praça da Batalha, 97
T: 222005144
Poveiros / São Lázaro
Este bairro depois da Praça dos Poveiros, que passa pelo Jardim de São Lázaro (o jardim mais antigo da cidade), pela Escola de Belas-Artes e vai até ao magnífico cemitério do Prado do Repouso, pode vir a tornar-se o próximo Notting Hill do Porto ! Cultura alternativa, ruas com árvores, aberturas inesperadas para ateliers de artista fazem o charme desta zona da cidade em renovação.
Tendinha dos Poveiros
Ponto de encontro de estudantes das Belas Artes e de artistas ativistas da cidade. Há sempre boa música, inclusivé Jazz e um pequeno terraço que dá para a Praça dos Poveiros.
Largo da Ramadinhan, 67
Duas de Letra
Frente ao Jardim São Lázaro, um café-bar, espaço de encontro de apreciadores dos sabores tradicionais e dos sabores internacionais. Bela recuperação arquitetónica de um espaço devoluto, apostando numa decoração refinada assente em materiais reciclados.
Passeio de São Lázaro, 48
10h – 02h
T: 225 360 333
Ribeira
Se procuras bares e cafés mais autênticos é obrigatório o passeio nesta zona turística da cidade. Uma volta pelo muro dos Bacalhoeiros que circunda o Douro, e uma paragem para beber um copo num café dirigido por uma Associação Desportiva e Cultural do Porto:
Café do Grupo Desportivo Infante D. Henrique
Muro dos Bacalhoeiros, 128-129
Grupo Musical de Miragaia [[]]
Mais uma experiência do Porto de gema. Esta associação mítica dos moradores de Miragaia é exemplar na hospitalidade e na promoção da cultura. Há ciclos de cinema, de teatro, uma Escola de Música, um corpo cénico, um coro, uma biblioteca e um auditório. Há aulas de iniciação ao Teatro de Revista! Vale a pena subir e tentar a sorte de encontrar a esplanada aberta, maravilhar-se com as vistas e saber mais.
Rua Arménia 10/18
T: 222055540